quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Gema de Luar

Queria seguir em frente quando me apercebo que o corpo não existe. Parece que ficou para trás e que consegui a liberdade desejada em relação à encarnação pelo menos até o despertador começar a tocar.
Os movimentos parecem ilimitados e as cores de uma paleta superior às do humano pintor. Não existe nem cima nem baixo, nem esquerda nem direita, nem longe nem perto, apenas o pensamento e o corpo… mas onde está ele? Será que ficou atrás daquela porta. Vamos ver.
Custa a andar. É como se caminhássemos num meio aquático e onde o terror crescente nos enche de medo de descobrir que estamos separados de nós próprios e que o ser é plural e é esta a única forma de atingir o cume e sair do buraco negro onde nos enfiámos. É altura de voar como uma borboleta e chegar ao pequeno ponto luminoso que se vê.
Estou prestes a abrir a porta. Vou descobrir… vou…vou…vou…vou… o medo aumenta…
Acordo frustrado.


Francis MacDuck
Contabilista

Sem comentários: