sábado, 9 de outubro de 2010

NOITE DE HOMENAGEM NA CABANA, ANA BATISTA, CLARO!

Havia no ar um misto de homenagem e reconhecimento, quando se entrava na Cabana dos Parodiantes na noite de 5ª feira de 7 de Outubro. Não era para menos: a convidada da 43ª edição das Conversas da Cabana era a nossa Ana Batista. Uma filha da terra, de Salvaterra de Magos, claro! Ela que tem levado para todo o lado a sua identidade de ribatejana, portadora de uma simplicidade só ao alcance daqueles que nada têm para provar; o seu talento fala por si.
É nas praças portuguesas e espanholas que a cavaleira Ana Batista tem passeado a sua classe, desde muito cedo, mesmo antes de se tornar profissional, por volta dos seus 18 anos, ainda quando pertencia ao "grupo das quatro ".
Depois do jornalista José Peixe ter feito as honras da casa e ter apresentado a Ana Batista aos presentes, e havia muito poucos que ainda não a conheciam, esta contou, em palavras simples, a sua história de vida, sempre perto dos cavalos, os seus maiores amigos. A importância que o seu pai teve na paixão por montar, desde muito miudinha e na força e coragem que ele sempre lhe transmitiu quando os preconceitos próprios de um mundo machista, que é o da tauromaquia, a puxavam para a desistência.
Contra tudo e contra todos, conseguiu imperar no mundo dos homens, comentou o ex-forcado e ganadeiro de Salvaterra, João ramalho. Fazes parte do grupo dos dez melhores cavaleiros tauromáquicos da actualidade, em Portugal, continuou.
De resto, ele foi um dos convivas mais entusiásticos desta tertúlia, colocando as questões mais interessantes e emprestando ao salão da Cabana, a sua experiência e sapiência sobre o mundo da festa brava.
Um dos momentos mais emocionantes desta inesquecível noite, foi quando uma amiga de infância de Ana batista, recordou as brincadeiras e os passeios a cavalo que elas privaram, nas douradas tardes de verão das suas meninices. Ana, emocionada, confessou á sua amiga que esses tempos, foram realmente os melhores tempos da sua vida, sem as responsabilidades, as exigências e os problemas dos tempos modernos.
Ana Batista teve tempo ainda, para falar do que poderia ser feito para tornar a prestação dos cavaleiros mais aliciante: os touros são cada vez mais obesos e menos atléticos; ou seja, segundo a cavaleira, não têm esqueleto para tanto peso. No entanto, Ana Batista considera-se uma pessoa afortunada e feliz com a sua profissão e a sua carreira. Concorda de que se trata, sem dúvida, de uma profissão muita dura e exigente.
Perguntaram-lhe , se desencorajaria uma filha sua a seguir as suas pisadas, ao que respondeu: daria-lhe todo o meu apoio como o meu pai me deu, nem hesitava!
A propósito, o seu sonho maior, confessou-nos, seria encher a praça de touros de Salvaterra e fazer a sua melhor lide de sempre.
Quanto á Cabana dos Parodiantes, nesta noite memorável, senão encheu, teve muito perto disso, e não foi, mais uma vez, com os aficionados da terra. Onde é que eles páram?