terça-feira, 27 de abril de 2010

DR. MIGUEL MATIAS - UMA LIÇÃO DE JUSTIÇA E DIREITO NA CABANA




O Dr.º Miguel Matias, advogado das vítimas da Casa Pia de Lisboa esteve no dia 8 de Abril na Cabana para mais uma tertúlia, a 40ª edição.
Neste dia a Cabana encontrou-se mais vazia. Motivo: o Benfica tinha sido eliminado em Liverpool e o pessoal calçou as pantufas, pôs o pijama e foi para a cama mais cedo. Uma pena. Pois acabaram por perder uma boa conversa.
O nosso convidado começou por fazer o enquadramento do tema. Ou seja, fez que "à semelhança de outras matérias problemáticas, os portugueses acham que a Justiça não funciona no nosso país e que os magistrados e advogados já não merecem respeito de ninguém". Fez questão de deixar bem claro quais as diferenças e as aproximações que existem entre Direito e Justiça. Depois começou por dizer que Miguel Matias disse aos convivas presentes na Cabana que o Direito Penal é o que "mais entope os tribunais em Portugal". "É preciso deixar bem claro que se fazem centenas de Julgamentos em Portugal todos os dias. Mas também não podemos deixar de dizer que a as custas judiciais são elevadas e por iso mesmo a Justiça acaba por ser selectiva", afirmou o nosso convidado. Falando dos dos juízes o advogado não teve hesitações e disse que "os juízes de consideram Deuses intocáveis e são anamovíveis, irresponsáveis e querem dar uma de independentes. O pior é que a maioria deles são muito jovens, não têm experiência de vida e às vezes chegam a marcar 8 a 10 julgamentos para o mesmo dia". "É necessário melhorar a capacidade de comunicação dos juízes, do Ministério Público e dos tribunais. As pessoas ligadas à justiça não sabem comunicar. É necessário um novo modelo de investigação criminal. Os procuradores do Ministério Público têm de sair da cadeira. Há também a necesidade de criar novos instrumentos de combate ao crime organizado. Não se pode combater a criminalidade organizada e crimes complexos com instrumentos artesanais", afiançou Miguel Matias.
Sobre os Media e Jornalistas, o advogado acha que "muitas das vezes as investigações jornalísticas são controladas por quem detém o poder económico e que as fugas de informação acabam por sair dentro dos próprios órgãos da Justiça". Daí que se fale em sensacionalismo em torno de crimes complexos. "O que os jornais querem é vender", afirmou. Miguel Matias entede que existe um número excessivo de advogados em Portugal. "Chegou o momento de parar de enganar as famílias que investiram na formação dos seus filhos. Há um excesso de advogados no país e a advocacia não pode continuar a ser vista como o último recurso ou reduto. Há muitos advogados sem trabalho e passar por dificuldades". Sobre as oficiosas, Miguel Matias considera que "o defensor público deverá ser contratado e constituído como um corpo similar ao Ministério Público". Será uma utopia do nosso convidado? Ou na realidade existem hipóteses de se enveredar por este caminho. Um caminho que nos leva à Cidadania, mas que a JUSTIÇA teima em fazer que não entende o que é isso.
A finalizar a tertúlia que foi bastante participada, Miguel Matias não abandonou a Cabana sem afirmar que "precisamos de refundir o ideal da República". "Precisamos de mais ética nas relações, de mais consciência dos limites e das liberdades. Como diria o Dr. Armando Leandro, precisamos todos de mais «sentido de Estado» (status civitatis) ", concluiu.


José Peixe, jornalista e moderador das Conversas da Cabana

domingo, 25 de abril de 2010

R E V O L U Ç Ã O !


A coisa velha grita pela revolução que ainda não se cumpriu nas cabeças mais retrógadas. Eu tenho 89 anos e acredito que os dejectos do homem novo podem mover foguetões.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

JOSÉ BARRA DA COSTA VEM TRAZER A " VERDADE ESCONDIDA " Á CABANA, JÁ NESTA 5ª FEIRA!




Ainda não refeitos com a última tertúlia na nossa Cabana dos Parodiantes, cujo orador foi o advogado das vítimas da Casa Pia de Lisboa - Miguel Matias -, eis que vamos receber o profiler, antropólogo e criminalista - José Barra da Costa. O tema andará á volta do caso da miúda inglesa Maddie, desaparecida, como vocês sabem, no reino dos Algarves. O nosso convidado de excelência, ex-inspector da polícia judiciária, assíduo colaborador das manhãs do Goucha, escreveu o livro " “Maddie, Joana e a Investigação Criminal – A Verdade Escondida” e vem-nos apresentar a sua visão sobre este macabro acontecimento.
Uma coisa é certa: segundo o que nos é dado a ver e a ouvir, das incursões na TVI de José Barra da Costa, a noite da próxima 5ª feira, dia 15 de Abril, vai ser polémica quanto baste!
Esta 41ª Edição das Conversas da Cabana, só é possível, graças ao apoio:
- Escola Profissional de Salvaterra de Magos - http://www.epsm.pt/
- Casa do massapez - http://www.filhosdovento.pt/
- J.P. Comunicação e Imagem
Um imenso obrigado!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

MIGUEL MATIAS VEM Á CABANA FALAR DE JUSTIÇA EM PORTUGAL!



Venham á Cabana então, saber como vai a justiça em Portugal !
O quê? vocês duvidam que existe justiça em Portugal...?
Mas, será que existe justiça em Portugal...?
Olhem, agora até eu estou baralhado, ufffff!

O que interessa é que já nesta 5ª feira, depois de rejubilarmos com uma vitória histórica do Benfica frente ao Liverpool, vamos ver e ouvir o advogado Miguel Matias na Cabana a falar de justiça em Portugal. Este senhor é unicamente o advogado das vítimas da Casa Pia de Lisboa, o administrador da Sociedade de Advogados PCMS e o Vogal-tesoureiro do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados.
Esta " Conversa da Cabana ", conta com a preciosa colaboração da Escola Profissional de Salvaterra de Magos e com J.P. Comunicação e Imagem

domingo, 4 de abril de 2010

" VIAGENS COM/SEM BARREIRAS " DE ANTÓNIO SARAIVA - A CELEBRAÇÃO DA PINTURA NA CABANA !

Antonio Saraiva, entrou no micro-cosmos da Cabana desde a tertúlia com o padre Borga, onde assistiu entusiásticamente. Na verdade, já conhecia este histórico café há sete anos, aquando umas festas do Foral.
Contagiado pela vivência diária de Salvaterra de Magos e pela peregrinação sistemática á Cabana dos Parodiantes, António Saraiva acabou por pintar uma série de telas, cuja temática e técnica já vinha a explorar nos últimos anos.
António é um moderno nómada, não por opção, mas por defeito profissional, pois é professor de Educação Visual e Tecnológica não efectivo. Este ano está em Marinhais, para o ano só deus sabe e tem sido assim há quase uma década. As telas, as tintas e os cavaletes, essas, andam sempre atrás de António.
Desde a primeira vez que vi os trabalhos deste artista da Covilhã, senti uma forte brisa de liberdade, como se uma janela se abrisse para a alegria da celebração ou da contestação, pois, na minha leitura, tratam-se de manifestações vibrantes de rua, onde corpos indefenidos desenham coreografias, materializadas por pinceladas irrequietas que constroem falsos padrões. As cores fazem-se de azuis, sempre os azuis, incomodados a espaços por manchas de cores quentes sobre fundos também azuis, contaminados pela cor preta. O tom geral de anarquia, que se sente nas telas de António Saraiva é controlado pelo recurso a barras verticais de cor preta ou azul escuro, que delimitam lateralmente a pintura. A excepção a esta regra, regista-se exactamente no quadro que se pode ver acima deste texto, cuja barra, horizontal, divide ao centro a composição .
Mais uma vez o espaço Cabana, café, restaurante, salão de chá, pastelaria, foi vítima de uma intervênção artística que lhe alterou a sua concepção espacial. É que a Cabana dos Parodiantes tem essa especial vocação, a de se travestir sempre que uma nova exposição se espalha pelo seu espaço e a exposição de pintura " Viagens com/sem barreiras " de António Saraiva cumpriu mais uma vez esse fado.
Não preciso de convidá-los a visitarem esta exposição, pois há muito que vocês são da casa.