quarta-feira, 28 de junho de 2006

AS ORIGENS DO FANDANGO



Grande noite, noite acesa de animação, esta Conversas da Cabana dedicada ao Fandango, com a presença do ilustre advogado e etnólogo musical, dr José Alberto Sardinha.
Tudo começou com uma demonstração de fandango, dançado pelos elementos do Rancho folclórico da Casa do Povo de Salvaterra de Magos, com coreografia retirada de um dos livros publicados pelo convidado da noite, afiançou o presidente do rancho, João Monteiro. A assistir, representantes de dois dos seis grupos de folclore do concelho ( Salvaterra e Gloria ) e os habituais convivas que não faltam por nada deste mundo às tertúlias da Cabana.
Após a dança e depois de apresentado pelo jornalista José Peixe, dr Sardinha levantou-se e com uma serenidade típica de quem sabe sobre o assunto, começou a sua intervenção com duas afirmações bombásticas:
- O fandango não é uma dança original do Ribatejo !
- O Fandango, originalmente, não foi dançado por homens, mas sim por
mulheres!
Estava dado o mote para o debate, com manifestações de desagrado de alguns e esgares de espanto de outros.
O orador teve ocasião de fazer desfilar os seus argumentos brilhantemente fundamentados pela sua obra publicada. assim como gravações sonoras de expressões fandangueiras recolhidas por si em todo o território português.
A verdade inequívoca de que o fandango não é oriundo do Ribatejo, imperou por toda a sala da Cabana dos Parodiantes. Com o advento do Estado Novo, nos longínquos anos 30 do século passado, estabeleceu-se idêntidades culturais regionais, logo, o fandango enaltecia a figura altiva e viril do campino, marca por excelência das vastas lezírias ribatejanas.
O verniz estalou, quando um espectador pediu palavra e confessou que, não sendo indígena desta zona fértil de Portugal, sempre achou que o fandango parecia uma dança de gays. O sangue ferveu em alguns ribatejanos, provocando comentários de desagrado, mas, o " forasteiro ", a viver há alguns anos em salvaterra, acrescentou que perante a explicação do orador, acerca da origem desta dança criativa e provocatória ser produto da vivência dos homens nas tabernas, essa ideia cairia por terra.
Acerca da dança ribatejana, o orador disse " não tem sentido um homem dançar com outro homem. Os mais remotos documentos provam que no início esta dança era praticada entre mulheres, sendo ao longo dos tempos sofrido variações e usada como " tira teimas " entre homens, provávelmente para impressionar a mulher pretendida.
foi sem dúvida a tertúlia na Cabana dos Parodiantes que mais polémica e mais paixão despertou, um exemplo daquilo que deve ser um debate.
Nada melhor para um bom orador do que ideias contrárias bem documentadas. foi o que aconteceu.

terça-feira, 27 de junho de 2006

Um autocarro cheio de políticos bate numa árvore numa estrada alentejana perto de um monte.
O dono do monte, que testemunha o acidente, aproxima-se e encarrega-se de enterrar todos os políticos.
Alguns dias depois chega um investigador, que vê o autocarro espatifado e pergunta ao dono do monte o que aconteceu aos políticos que estavam no autocarro.
- Enterrei-os - disse o homem. -
Mas estavam TODOS mortos? - pergunta o investigador.
O homem responde:- Havia alguns que diziam que não, mas você sabe como os políticos são mentirosos...

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Avaliações


Pois é meus amigos...

Após algumas semanas de ausência cá volto ao vosso convívio.

Hoje venho para vos falar de um assunto muito polémico - A arbitragem.

As boas idéias devem ser seguidas, ora então vejamos: O governo português lançou há algumas semanas a idéia de avaliar os professores pelos alunos e encarregados de educação. Pois bem, acho que os ecos dessa idéia chegaram à FIFA, que está a pensar em implementar o conceito em relação à arbitragem - A avaliação dos árbitros.

Já estou a ver aquando do "moeda-ao-ar" os capitães para o árbitro:
- vê lá como é que te portas porque no final do jogo vamos fazer a tua avaliação...

E melhor ainda, quando o árbitro assinala o fim do jogo, os capitães juntam-se a este e dizem:
- vamos lá então fazer a sua avaliação... pois bem 5 foras-de-jogo dos quais 3 não o eram... portanto tens um Suficiente-menos...
- oito penálties com quatro expulsões... hummmm... aqui achamos que esteve bem logo leva um Bom...
- no capítulo do acompanhamento dos lances... esteve quase sempre perto destes, logo tem um Suficiente-mais
- Hummmm... a sua nota até está a ficar jeitosa...
E o árbitro responde:
- Tenho positiva????
- Calma, falta avaliar o aspecto físico: ora essa barriguinha está um pouco fora de forma, não está??? Suficiente-menos... e já agora o que é isso de vir para o jogo de pastilha elástica???? Insuficiente... Cabelinho aparado com gel... muito bem um Bom... e o que é isso de vir de equipamento cor-de-rosa???? Fraco...
- Então qual é a minha nota?? - pergunta o árbitro.
- Olhe feitas as contas isto não dá nem pa ir à Oral, vai ter que se aplicar mais... Desculpe mas não temos outro remédio do que reprová-lo...

Pois é isto é só a avaliação feita pelos jogadores. Agora imaginem o que seria se também fosse feita pelos espectadores, não haveria positivas...

Até à próxima meus caros...

quarta-feira, 14 de junho de 2006

ECOS DA NOITE DEDICADA AO TEJO - Conversas da Cabana - comentário de Diana Carvalho



Mais uma tertúlia na “nossa” Cabana!... Desta feita, teve lugar uma agradável, e sempre que assim se justificou, polémica conversa, com o Tejo como pano de fundo. A Tagus Natura (TN) - Associação para a Defesa e Protecção do Estuário do Tejo, falou-nos dos diversos objectivos a que se propõe, nomeadamente a elevação da Reserva Natural do Estuário do Tejo a Parque Natural do Vale e do Rio Tejo, a protecção da sua biodiversidade, implementação de acções que visam a aproximação do Tejo à população, a sensibilização de todos nós para a protecção desta nossa grande riqueza, entre outros. A TN falou da sua preocupação quanto ao futuro da Companhia das Lezírias, situação que está indefinida. Foram enumeradas situações de hipocrisia na política de protecção da natureza. Um dos intervenientes da mesa contou-nos uma passagem que teve conhecimento… Parece que vêm estrangeiros fazer birdwatching – observação de aves, para locais que são vedados ao português comum! É no mínimo revoltam-te!
As intervenções dos presentes, comentando ou questionando, percorreram temas desde os touros de lide e a sua protecção apenas com o intuito das touradas; o homem como parte integrante da natureza ou não; a real necessidade de elevar o estuário e vale do Tejo a parque natural; as actividades na natureza, bem como, o turismo ambiental como um grande recurso económico a explorarmos; um tema também debatido, com uma enorme importância para a actual e futuras gerações, foi a educação ambiental nas escolas. Com a sensibilização a começar nas escolas, com professores formados e esclarecidos nesta temática, ou seja, o papel que o estado futuramente deveria assumir, uma aposta real e séria na prevenção primária. Os tertuliantes contaram também, as diversas experiências por que passaram, por vezes para corroborar o que a mesa falava, outras não!.... Mas é com fricção que se quer uma tertúlia!