sábado, 13 de janeiro de 2007

De volta


Meus amigos,Regressa o Futebol da Liga e regresso eu...
Foram merecidas estas férias de verão...Sim eu sei que estamos em janeiro mas uma paragem destas no futebol protuguès eé o mesmo que dizer que estamos em Julho.
Portugal além de ser diferente da Europa em termos de salário, de condições sociais e outras coisas, também é no futebol. Enquanto campeonatos sem expressão nenhuma em termos de qualidade e de estrelas como o inglês não pára nem para comer bolo-rei, o nosso, um campeonato de excelência com um grande bível técicno e competitivo e, acima de tudo, RICO, dásse e ao luxo de parar cerca de um mês.

Ora vamos lá a perceber porquê...
Nesta altura ando o povinho nas lonas, depois das compras de Natal...
A seguir começam as promoções...
Assim não há futebol que aguente...

Terá sido para dar espaço ao Livro da Carolina Salgado?
Terá sido por termos tido o Verão cheio de futebol?
Não sei, só sei que em qualquer outra actividade parar cerca de 14 semanas por ano é suicídio.

Meus amigos, até à próxima...
SOBRE O ESQUECIMENTO...!
( em pleno Lisboa/dakar 2007 )

do Lisboa-Dakar que ontem, dia 11, atravessava o território conhecido como Sahara Ocidental, o resto da África por descolonizar e hoje ocupado por Marrocos.
A propósito da notícia da RTP que ontem, dia 11, revelava o agravamento das condições de subsistência dos duzentos mil refugiados saharauis nos campos de Tinduf.
A propósito daquela prova que desperta emoções de aventura por terras agrestes, passam caravanas velozes por terras sem gente, mesmo ao lado daquela gente sem terra, onde as caravanas brancas do pão tardam em chegar, chegando cada vez menos, mais tarde, menos e tarde quase não chegam.
A propósito daqueles que não sabem, que há um povo separado por muro de minas e arame, uma das sete vergonhas do mundo, de um lado vive o pai com medo de dizer que é seu o chão onde nasceu, do outro a filha fugida por dizer que prefere a tal sorte o pó e as pedras do deserto para comer, ali nos campos Tinduf onde ainda há água que beber.
A propósito daqueles que não lembram que a filha já é mãe, do menino a quem prometeram que um dia seria ele a escolher o seu destino se parasse de lutar pela terra de sua mãe. A propósito dos que esqueceram o menino, que tinha quinze anos enfrentou o sul mauritano e o norte marroquino, o homem que mais quinze esperou pela voz de um referendo. A propósito dos que hoje diriam que o menino era terrorista se tivesse raptado um dos velozes da caravana internacional, seria internacionalmente ouvido e internacionalmente condenado… talvez chegasse mais cedo a caravana branca do pão aos campos de sua mãe. A propósito do homem que ontem, dia 11, que continuava à espera que ser ouvido sobre o futuro da sua terra esquecida, internacionalmente ignorado, via a caravana passar. A propósito do esquecimento e de como este se revela verdadeira ignorância, quando não se quer lembrar.

( cedido oportunamente por Rui Massano )