domingo, 9 de maio de 2010

JOSE BARRA DA COSTA - UM CASO SÉRIO!




"OS CASOS MADDIE E JOANA DESTE MUNDO" - 15 de Abril ás 22 horas Conversa com José Barra da Costa


Faltavam 10 dias para se comemorar o 36.º Aniversário da Revolução dos Cravos. Cabana a "abarrotar" de gente e um ex-inspector da Judiciária tranquilo, sereno e seguro do seu papel de palestrante. A experiência como investigador criminal e a sua tarimba com os Media acabaram por ser um garante para uma Conversa sem papas na língua. Licenciado em Antropologia, Pós graduado em Ciências Criminais e Estudos Psicocriminais, Mestre em Relações Interculturais, Barra da Costa acabou por "brilhar" na 41.ª Tertúlia da Cabana. Inicialmente as pessoas tiveram receio em avançar com perguntas. O que levou o moderador a exclamar "parece que hoje estão acagassados por estar aqui um Judite". "Não tenham medo da bófia que hoje ninguém vai dentro!", afirmou o moderador. Barra da Costa esboçou apenas um sorriso. Malandro até. Este nosso convidado foi Inspector Chefe da Polícia Judiciária durante 30 anos e tem vários livros escritos sobre investigação criminal. "Maddie, Joana e a Investigação Criminal", publicado em 2008, acaba por ser o mais mediático de todos. Barra da Costa acredita que o sequestrador da menina Madeleine é um cidadão britânico e que conhecia muito bem os hábitos da família. As pessoas que decidiram marcar presença nesta Tertúlia sairam satisfeitas com as respostas do convidado, porque apesar de muitas vezes usar uma linguagem hermética, Barra da Costa jamais deixou de responder às perguntas que lhe foram feitas. No fundo, acabou por dar uma aula de Criminologia na Cabana dos Parodiantes. "A ciência foram que se faz no nosso país está ao nível do melhor daquilo que se faz em todo o mundo", o que de certa forma nos fez pensar nos episódios do CSI Miami, Noxa Iorque ou Los Angeles. É caso para reafirmar sem "caganças" que a Polícia Judiciária é efectivamente uma das melhores polícias do Mundo. Valha-nos isso. Porque de resto, existe por aí muita trampa. Confrontado com o facto de muitas as vezes a polícia não prender as pessoas consideradas culpadas por crimes, Barra da Costa deixou claro o seguinte: "É preferível ter um condenado cá fora em Liberdade do que um inocente preso!". Aplausos da plateia. A partir daqui a conversa aqueceu e de que maneira, com o nosso convidado a fazer duas afirmações que mereceram mis aplausos. Se em vez de uma Tertúlia fosse uma Tourada, Barra da Costa começara a ouvir vivas e certamente que sairia da praça em ombros dos aficionados. E aqui ficam duas máximas: 1.- "Há por aí muitos investigadores criminais feitos a martelo e detectives da treta"; 2. - "Os portugueses têm muito uma mentalidade de subserviência, labe botas e não são capazes de dizer não!". Alguns dos participantes situados em lugar chave ficaram incomodados com as afirmações do ex-inspector da Judiciária que esclareceu a plateia do seguinte: "Na investigação criminal quando a malha é larga o peixe passa mais facilmente. Quando é apertada é mais fácil de apanhar os criminosos". Sendo "Peixe" de nome o moderador ainda ficou desconfiado, mas depois percebeu que a metáfora não tinha mesmo nada a ver com ele. Um forasteiro inquieto e stressado decidiu levantar-se diversas vezes, tocando nos fios da aparelhagem e desligando o Som. Barra da Costa lança a desconfiança: "Será que o SIS está aqui infiltrado?". Silêncio na Cabana. Começamos todos a olhar uns para os outros. Depois, muitas gargalhadas. Sobre os Media o nosso convidado não teve dúvidas em afirmar que "Sexo, Violência e Sangue são sinónimo de vendas, grandes tiragens e lucros chorudos". O que não deixa de ser uma verdade. Terminando a Tertúlia, Barra da Costa quis deixar no ar uma pergunta a todos aqueles que permaneceram até ao fim:- "Qual é o limiar de tolerância dos Portugueses?". Saimos todos da Cabana com ar taciturno e de meditação. Qual será a nossa tolerância hein?! J.P