sábado, 11 de fevereiro de 2006

Pr’á Avril

Tão doce,

Tão Bela.

Sublime desejo

De onde vens?

Segredo dos Segredos,

És um só,

Amor.

Oh! Coração perdido

Em chamas.

Tão perto,

Tão longe.

Assim te mostras

Inacessível Substância

Ao Ser.

Tão doce,

Tão Bela.

Onde estás,

Quando te procuro?

Leonel d’Azevedo

(Avrilmaníaco)

Aquelas Gajas

Xô.

Não tenho sossego no emprego. As gajas não me largam.

Xô.

Xô.

Xô.

Delas é o mundo. Tem de ser feita a sua vontade. Quando um gajo quer é só negas.

E agora como vai ser?

Se eu pudesse isolava-me com um filmezinho à maneira e só isso me bastava.

Mas não dá. É frustração a mais…

O pior é o espicaçar diário a que um gajo é sujeito, pá. Tem dó…

Só uma, está bem?

Xô.

Manuel Catana

Por um escaravelho

A noite ia longa e por detrás da língua aparece o biscoito que aquela lambisgóia não quis e escondeu para o perder de vista. Por isso está tão bafienta, ninguém lhe pega.

A casinha é verde e não pode ser avistada. Tudo foi em vão e a dor que sinto é oportuna para descobrir onde pus o meu canivete: finalmente apareceu.

Como chegar ao cimo daquela alta montanha se nem o degrau e o ouvido consigo ter? A guerra é pequena para tamanha vontade de vencer. Luto com tudo o que aparece pela frente, por detrás, pelos lados, por cima e por baixo, por dentro e por fora. É a aniquilação.

Ando, nada. Corro, nada. Pedalo, nada. Galopo, nada. Coxeio, igualmente nada para além da dor no joelho.

Tenho vontade de desistir, mas não o faço. Perdi tudo naquele dia na praia de Londres quando aquele carapau me disse que não fazia sentido procurar a pedra que encerra todos os mistérios e fiquei descalço em cima das brasas.

E o meu balancete não fecha a conta corrente.

Francis MacDuck

Contabilista