sexta-feira, 31 de março de 2006

Associação Palhota Viva nas Conversas da Cabana



A associação Palhota Viva visitou a Cabana dos Parodiantes, na pessoa do ex jornalista do Diário de Noticias, Humberto Vasconcelos.
Foi projectado um filme/documentário realizado por Francisco Manso intitulado " Avieiros, os nómadas do Tejo " e de seguida o que aconteceu foi um reviver de uma cultura, de uma arte e de um modo de estar na vida que está condenado a extinguir-se. teve palavra o Humberto que nos transmitiu a sua paixão e o seu receio por esta gente oriunda de Vieira de Leiria, cujos poucos pescadores que ainda subsistem são septuagenários.Não é só a pesca tradicional da enguia, lampreia ou barbo que deixa de existir, mas sim uma cultura valiosa, passada de pais para filhos. Quem não se lembra das casas lacustres dos avieiros, das suas cores garridas, do envolvimento harmonioso do casario com a paisagem ribeirinha? Quem consegue imaginar, nas suas horas de lazer, visitar o rio e não avistar as bateiras coloridas em movimento ou amarradas aos cais, tosca e sábiamente construídos por esta gente honesta e trabalhadora?
Na sala, estiveram presentes pessoas que acrescentaram dados preciosos sobre a geneologia deste povo, antropólogos auto-didactas que vão escrevendo a nossa história. Houve aqueles que, sendo apanhados de surpresa, acabaram por ficar até ao fim para ouvirem as palavras sábias do presidente da associação Palhota Viva. Ao fim de 3 koras de tertúlia os mais interessados tiveram ocasião de adquirir o livro impresso pela associação, sobre os avieiros.
Por ventura, mais pessoas irão olhar para o rio Tejo e para as suas gentes com outros olhos.
Por ventura, depois desta noite haja um pouco mais de esperança para os avieiros.