segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ASTRONOMY DOMINE - PINTURA NOVA DE UM NOVO PINTOR


Luis Damião, jovem estudante de Marinhais que fez o 12º ano no curso Tecnológico / Design, em Salvaterra de Magos, mostra-nos uma série de trabalhos realizados especialmente para esta exposição. Astronomy Domine, capta subtilmente a urgência de experimentar gestos aleatórios em materiais industriais que se prestam a uma certa liberdade.Luis Damião não utilizou o tradicional pincel para a realização das composições, preferindo colheres, varetas ou esponjas. Num desejo de domínio, ensejo de todo o homem que se atreve, o jovem criador recriou livremente os astros e suas metamorfoses, assumindo humildemente, que este trabalho foi fruto da imaturidade artística e da necessidade de uma aprendizagem feita da acção e da práctica.

As obras expostas foram pintadas em Julho e Agosto deste ano e foram utlizados esmaltes e óleos sobre tela.


Visitem esta exposição e matem saudades da Cabana dos Parodiantes.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

" O SIDDHARTHA " - A PROPÓSITO DA VISITA A PORTUGAL DO LÍDER ESPIRITUAL E POLÍTICO DO TIBETE, DALAI LAMA


Quase meia centena de portugueses ajudam mensalmente na educação de cerca de 800 crianças tibetanas a viver na Índia, Nepal e Butão, ao abrigo do projecto Siddhartha criado por um lama tibetano.O Siddhartha tem por objectivo o apadrinhamento de crianças-monges que vivem nos mosteiros, garantindo-lhes as necessidades básicas (alimentação, vestuário e cuidados médicos) e assegurando-lhes a possibilidade de uma educação e de uma prática espiritual nas melhores condições.Os cerca de 50 portuguesas contribuem com 1,15 euro por dia para a subsistência e educação de pelo menos 800 crianças, garantindo-lhes um futuro condigno.Desde 2001, ano da primeira visita a Portugal do líder espiritual tibetano Dalai Lama, que o projecto deu os primeiros passos em território português através da Casa de Cultura do Tibete.Em declarações à agência Lusa, José Cardal, responsável da Casa de Cultura do Tibete, referiu que o apoio a este projecto vai ao encontro da cultura tibetana, que não tem existência própria fora do quadro espiritual."Apoiar os monges é estar também a promover a preservação da cultura", adiantou.A escolha do nome Siddhartha para este projecto, explicou, tem um sentido: "Era o nome do príncipe que se transformou em Buda".Os padrinhos poderão escolher varias modalidades: encargo total (que implica o pagamento mensal de 35 euros), o encargo parcial (destinado à alimentação e que se situa nos 24 euros por mês) ou o encargo complementar (com a doação de onze euros por mês).Após a invasão do seu país pelas tropas chinesas, os tibetanos que conseguiram escapar aos massacres que ocorreram no Tibete exilaram-se nos países vizinhos (Nepal, Butão, Índia) e para a maioria dos refugiados as condições de vida são extremamente difíceis sendo a condição das crianças a mais precária.Os mosteiros são assim os lugares de acolhimento das crianças e adolescentes em situações de perigo mas para a maior parte destes mosteiros a única possibilidade de superar as dificuldades quotidianas reside numa ajuda exterior.Ao todo são cinco os mosteiros que beneficiam deste projecto.Portugal apadrinha o mosteiro de Orgyen Kunsang Chokhorling, fundado por Kangyur Rinpoche em Darjeeling, na Índia.Segundo a Casa de Cultura do Tibete, ajudar os tibetanos é ajudar um povo a preservar a sua cultura milenar, cuja originalidade e riqueza filosófica e espiritual é património da Humanidade.O montante oferecido por cada padrinho é a soma necessária, em termos teóricos, para cuidar de uma criança, mas como ainda não foi possível apadrinhar todas as crianças tudo é partilhado.O objectivo, explicou José Cardal, é evitar desigualdades entre as crianças, o que constituiria uma situação incompatível com a vida comunitária dos mosteiros.Os donativos são entregues ao Lama responsável pelo mosteiro que os utiliza nas despesas relacionadas com as necessidades básicas de todas as crianças e as crianças são informadas sobre a origem do apoio que recebem sem menção particular a um padrinho.Embora não se estabeleça uma ligação pessoal entre o afilhado e o padrinho, este último recebe notícias sobre as actividades que ocorrem no mosteiro durante o ano, assim como fotografias da vida quotidiana dos meninos-monges que residem no mosteiro que patrocina.
in, http://radiomacau.blogspot.com/

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

GEORGES DUSSAUD CIDADÃO DO MUNDO


"Nós, portugueses, não celebramos nada. Somos ensinados para não celebrar nada. Pior, somos ensinados para uma espécie de vergonha e silêncio. A existência de uma cultura de celebração requer abertura à distinção e à solenidade, coisas que a nossa baixa educação cívica e histórica repele. No ensino ou fora, o português é treinado para desprezar símbolos, memórias, rituais, tudo o que no mundo real das sociedades e das pessoas há de mais emotivo e não racional."

Lomba, Pedro, Diário de Notícias em 2007/06/07


Este belíssimo texto retirado do blogue - http://salvaterraefixe.blogspot.com/, demonstra na perfeição o espírito do povo português, em relação á sua história, á sua cultura e ás suas gentes, que anonimamente ou em excelência, são motivo de regozijo.

Quero homenagear um fotógrafo francês, Georges Dussaud, que há 25 anos capta o Portugal mais profundo com a sua câmara fotográfica, fixando realidades e quotidianos, que na sua maioria, já se extinguiram.

Sensibilizou-o, mais a sua esposa, este país feito de pessoas puras e ingénuas, aldeias e paisagens em suspensão temporal.

Quero homenagear um etnólogo musical corso, Michel Giacometty, que no final dos anos 50 fixou-se neste cantinho periférico, por amor a uma mulher e ao cancioneiro popular musical riquíssimo que ainda existia nessa época, no dia a dia das pessoas, nas memórias que lhes deixaram 0s seus avós.

Durante anos, este cidadão da Córsega, calcorreou o país de lés a lés, munido de um gravador e um microfone, registando canções, lamúrias, lendas, músicas e sons de um povo que já não existe.


Graças a Georges Dussaud e Michel Giacometty, parte da nossa cultura fotográfica e fonográfica foi preservada para a posteridade. Ambos cidadãos estrangeiros e cidadões do mundo.


Em Portugal, a principal preocupação dos seus cidadãos, é inventar dinheiro para se entediarem quinze dias por ano numa resort de luxo, num país exótico, que nem precisam sequer saber o seu nome.

Em Portugal há um país fabuloso por descobrir, longe das praias e dos shoppings.
Em Portugal existem paraísos naturais e arquitectónicos valiosíssimos.
Existem ainda pessoas puras e ingénuas...mas estão se extinguindo.


" Crónicas Portuguesas ", Georges Dussaud, exposição de fotografia no Centro Português de Fotografia, no Porto. a não perder.