quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Homenagem a Rui Andrade

"Morreu o último dos Parodiantes de Lisboa
Rui Andrade, o último dos Parodiantes de Lisboa morreu, esta terça-feira, aos 84 anos. No Rádio Clube Português, juntamente com o seu irmão, deram voz ao «Graça com Todos», onde ficaram conhecidos pela dupla de detectives «Patilhas e Ventoinha».
( 18:52 / 24 de Janeiro 06 )
Rui Andrade morreu, esta manhã, no Hospital de Santa Maria, depois de ter sido vítima de um acidente vascular cerebal no sábado.O funeral do último dos Paradiantes de Lisboa realiza-se quarta-feira, às 10:00, para o cemitério da paróquia de Santa Joana, em Alvalade. Em 1947, Rui Andrade e o seu irmão, José Andrade, criaram os Parodiantes de de Lisboa.No Rádio Clube Português (RCP) davam voz ao «Graça com Todos», o programa que ficou no ar durante 50 anos, e que chegou a Macau, Austrália, Timor e Angola .Rui e José Andrade formaram a mais famosa dupla de detectives, com o nome «Patilhas e Ventoinha».Ouvido pela TSF, o ex-jornalista do antigo RCP, Luís Filipe Costa, actualmente realizador de televisão, lembrou os irmãos Andrade, sobretudo, no papel da dupla de detectives.«Recordo o Rui e o José como indivíduos que cortaram a direito num terreno que nunca tinha sido explorado em Portugal, ou seja, o humorismo radiofónico num meio extremamnete difícil», disse, acrescentando que «eles deliciavam com as peripécias do «Ventoinha e do Patilhas».Também o jornalista António Jorge Branco lembrou o silêncio que se fazia sentir em sua casa, em Angola, para escutar os Parodiantes.«Se bem me recordo era o Rádio Clube de Sá da Bandeira que fazia essas tranmissões. O 'Graça com Todos' era transmitido à hora do almoço e, mal eles começavam, as conversas em minha casa acabavam para ouvirmos as aventuras do 'Patilhas e Ventoinha'», afirmou.António Jorge Branco disse ainda que Rui e José Andrade «utilizavam estilos e estigmas orais que as pessoas passaram a utilizar na rua», sublinhando que «tinham um modo de fazer graça muito inteligente e com muita ironia escondida»."


in TSF, 24 janeiro 2006

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Salvaterra de Magos Hoje ficou mais pobre!





Parodiante Rui Andrade criou o mais duradouro programa de rádio

Lisboa, 24 Jan (Lusa) - Rui Andrade, que morreu hoje, aos 84 anos, fazia parte da equipa que, a 18 de Março de 1947, fez nascer Os Parodiantes de Lisboa, que criaram o programa com maior longevidade na rádio portuguesa.

O grupo - constituído pelos irmãos Rui e José Andrade, e que contava ainda com Eduardo Ferro Rodrigues, Manuel Puga, Mário Ceia, Mário de Meneses Santos, Benjamim Veludo e Santos Fernando - começou com o programa "Parada da Paródia", na Rádio Peninsular.
Seguiu-se o lançamento de novos programas, ainda nos Emissores Associados de Lisboa, e nasceu o "Graça com Todos", no Rádio Clube Português, que ficou "no ar" durante 50 anos, até 1997, ano em que Rui Andrade decidiu terminar com a actividade dos Parodiantes de Lisboa.
Segundo o filho, João Severino, o "Graça com Todos" teve "um tempo recorde de permanência na rádio, chegando o programa a ser transmitido para Angola, Moçambique, Timor, Macau e Austrália".
Para assegurar esse e outros programas, Rui Andrade "escrevia cerca de duas e três horas diárias, tendo sido considerado pela imprensa brasileira, em 1994, como o melhor escritor de humor da Europa", contou ainda João Severino à agência Lusa.
Os Parodiantes de Lisboa deixaram ainda a sua assinatura em programas radiofónicos como "Vira o Disco", "Radionovela", "Teatro Trágico", "Entre as Dez e as Onze" e "PBX", este último marcante de uma nova época dos programas da noite na Rádio Renascença.
Rui Andrade dedicou-se ainda à escrita de textos para o teatro de revista, sendo a mais conhecida delas "Ri-te, Ri-te", com Camilo de Oliveira e Florbela Queiroz, os cantores Rui de Mascarenhas e Paula Ribas e a participação de Octávio de Matos.
Esta revista subiu ao palco no Teatro Monumental, mas outros trabalhos da sua autoria foram representados no Parque Mayer, tendo Rui Andrade escrito também diversos textos para séries de humor televisivas.
A sua última participação teve lugar em 2000, quando os actores Morais e Castro e Luís Aleluia adaptaram para televisão as aventuras da dupla de detectives "Patilhas e Ventoinha", celebrizada na rádio, e pediram a Rui Andrade que escrevesse os novos episódios.
Rui Andrade, nascido em 1921 em Salvaterra de Magos, morreu hoje, no Hospital de Santa Maria, Lisboa, onde as cerimónias fúnebres vão ter lugar quarta-feira, cerca das 11:00, no centro funerário Santa Joana Princesa, em Alvalade.

**Desde já os Meus sentimentos á Familia Andrade que tão bem tem tratado do estabelecimento Cabana dos Parodiantes em Salvaterra de Magos.
**Ass: um dos elementos da Associação dos Amigos da Cabana.
HSF.
Lusa/Fim

Um livro, um Mundo de Conhecimento



Acabei à dias de ler o "Codex 632" do José Rodrigues dos Santos (sim o da RTP), confesso que foi uma (muito) agradável surpresa.
Não era muito de ler romances, não tenho formação ao nível de Línguas, Filosofias, Literaturas ou afins, mas de Tecnológicas, logo o romance para mim era, até à 2 anos, um tipo de literatura que não ligava pêva. Mas a minha esposa fez-me o favor de me "enganar" com um romance pensando eu que seria uma livro técnico e ofereceu-me "O Código Da Vinci" e abriu o apetite (obrigado AMOR).
Mas isto tuda para dizer o seguinte:
O Codex, além de ser um romance de investigação histórica, anda à volta da vida de Colombo, tem capítulos que referem (superficialmente nas de modo a abrir o apetite) à Filosofia Kanteniana (acho que é assim que se diz) e de Foulcault, ao Misticismo Neo-Gótico da Quinta da Regaleira em Sintra, à Cabala Judia e ao Gótico Português, mais conhecido pelo estilo Manuelino existente, entre outros, no Convento de Cristo em Tomar.
Ou seja, de uma assentada este livro foca, não só, aspectos de natureza histórica mas também do aspecto esotérico que envolve todo o mistério dos Templários (ou Ordem de Cristo), da Cabala, da Filosofia.
A mim, e pessoalmente falando, abriu-me o apetite para estas áreas de Conhecimento.
Por isto tudo, Muito Obrigado José Rodrigues dos Santos.

Amaro Cantador

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Respigação






Para pensar...
A foto corre na Net, mais com sentido de troça que outra coisa. Basta o título 'Havaianas em África'. Mas estes pés duros, maltratados, calçados em xanatos feitos de garrafas de água, contam muita coisa. Mais para além da miséria...Falam de uma coisa que no 'Primeiro Mundo', dominado pelo consumismo fácil, está esquecida: a reciclagem e re-utilização de materiais...
"A primeira vez que tive séria consciência do nosso desperdício foi há cerca de uma dezena de anos, na selva central de Guatemala. Estava na estação arqueológica de Tikal, num conjunto de trabalhos inseridos no Programa Mondo Maya, promovido pela a União Europeia para a investigação e a criação de infraestruturas naquela zona. Partilhava o meu bungalow com um arqueólogo local. A dada altura, usei qualquer coisa em conserva e preparava para deitar a lata no lixo, quando o homem me a pediu: .E aí, realizei a importância das coisas quando, para nós, 'civilizados', já não têm utilidade...Um passo seguinte e importante, foi sem dúvida o belo filme de Agnes Varda, 'Os respigadores e a respigadora'. Uma interessante entrevista foi publicada na indieWire (embora apenas disponível em Inglês). O filme, entre o documentário e o cinema, é uma proposta da respigação como estética de vida. Para pensar..."

Texto escrito por alguem que esteve em Guatemala.