quinta-feira, 25 de setembro de 2008

CONTAR UMA HISTORIA COMO SE ESTIVESSEMOS EM CASA DE UM AMIGO!!






Talvez o mais interessante de referir sobre a noite do último encontro das “Conversas na Cabana”, em que os convidados foram a companhia de teatro “Fatias de Cá”, seja que a conversa passou a discussão, no bom sentido, entenda-se, sobretudo entre os elementos do público e não ficando limitada aos elementos representativos da companhia, acontecendo assim o verdadeiro formato de tertúlia, trocando opiniões e colocando questões.
Não se pode dizer que Carlos Carvalheiro, o mentor do projecto dos Fatias e Cá, tenha respondido directamente às perguntas que lhe foram colocadas mas, como excelente contador de histórias e comunicador que é, falou sobre a própria história evolutiva do Teatro desde a mais remota época e sobre as suas características até à época vitoriana de Shakespeare. Penso que essa informação foi importante e a forma como foi comunicada acabou por estar contida no que chamamos Teatro, uma vez que a sua definição talvez mais simples mas não menos verdadeira é “contar uma história”!



Perguntou-se porque não existe de momento um grupo de teatro em Salvaterra. Justificou-se, justificaram-se as pessoas, justificaram-se as vidas individuais, a proximidade de Lisboa, os filhos, as disponibilidades, a televisão, as rotinas, as idades. Confessou-se a maioria que não vão ao teatro, nos porquês disso, discutiu-se se há ou não mau teatro, sem se dar por isso discutiu-se teatro profissional e amador, bom e mau, comunicação, objectivos, conceitos, formas de divulgação, dinâmicas financeiras, tudo isto em relação ao Teatro, atingindo naturalmente aquilo que mais procuramos no Teatro: Comunicação, reflexão e diversão.
Obviamente não poderemos afirmar que todos estes temas tenham sido exaustivamente discutidos. Faltaram muitas pontas, conclusões, saltou-se de tema em tema, mas todos sabemos que o tempo é sempre curto para estas coisas e afinal não nos compete arranjar soluções para tudo, antes questionar, reflectir e saber que cada um de nós pode transformar alguma coisa na sua esfera de acção; é para isso que servem as trocas de impressões e experiências.



Falámos sobre o delicado tema da formação cultural, começando pelos mais pequenos, da sensibilização que urge ser feita sob pena da Cultura se transformar definitivamente entre o popular comercial e o elitismo puro. Ainda, foi explicado que o Teatro é elitista por natureza na nossa sociedade, já que somente 1% da população o consome.
Poderíamos organizar mais umas quantas “Conversas na Cabana” à volta de todos estes temas, aprofundá-los, mas não sei se valerá a pena. No fundo o que interessou foi termos levantado tantas questões tão importantes, o importante é que cada um dos presentes tenha levado para casa alguma matéria para reflectir para além da sua opinião porque, como comentou Carlos Carvalheiro no final quando lhe perguntei porque não tinha ele respondido directamente às perguntas, “as pessoas tinham muita necessidade de falar e dar as suas opiniões”.
É um sinal dos tempos que passamos; talvez tenhamos de ouvir um pouco mais e opinar um pouco menos, talvez tenhamos de confiar na experiência do próximo, talvez tenhamos de pensar e questionar, começando por nós próprios, deixando de olhar para nós próprios. Penso que foi isto que as gentes dos “Fatias de Cá” fizeram nessa noite. Ouviram mais do que disseram, também eles fizeram afinal perguntas, colocaram questões. É claro que poderemos sempre fazer outras leituras sobre este comportamento.
É verdade que os “Fatias de Cá”, depois de lutas e brigas durante tantos anos, foram conseguindo posições mais confortáveis com os poderes locais, ocuparam espaços, construíram uma rede muito para além da sua Tomar natal. Talvez por isso não seja o momento para lhes perguntar se os seus objectivos foram conseguidos ao fim destes anos de actividade, ou quais as relações com os vários poderes e interesses por esse país fora. Mas temos de compreender que essa confiança tem também de ser construída, os interesses têm de ser discutidos e trocados, os objectivos têm de ser comuns.
O que mais importa afinal é que a noite esteve boa, ouve discussão da boa e lá estivemos para ali a contar histórias, a viver, a comunicar.Espero que se tenham divertido também. Desse todo vai nascendo a Arte e Cultura.




Quim Preto, moderador da tertúlia

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

DARWIN FOI PERDOADO !!!


Foi com prazer e surpresa que dei com um blog precioso, activo desde Setembro deste ano - o do Nobilíssimo José Saramago. Nele se pode ler extractos do seu último romance " A Viagem do Elefante "( ainda não publicado ), pequenos filmes, testemunhos e diários.

E foi num dos seus textos, que tomei conhecimento da notícia de que a Igreja Anglicana Inglesa, vai pedir formalmente perdão a Charles Darwin, por todas as malediciências e perseguições que esta lhe infligiu, em vida e após a sua morte. Duzentos anos depois do seu nascimento, os anglicanos lavam daí as suas mãos de dois séculos da negação da nossa origem e das espécies animais.

Trata-se de um golpe duro para os Criacionistas da América do Norte, que terão que repensar que posição a tomar, em vésperas de eleições dos EUA.

Visite e delicie-se com http://blog.josesaramago.org/

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O FATIAS DE CÁ VEM Á CABANA, JÁ 5ªFEIRA, DIA 18 DE SETEMBRO.


As tertúlias na cabana dos parodiantes vão recomeçar em grande com o Grupo de Teatro de Tomar FATIAS DE CÁ.
O director artístico, encenador e actor do grupo da capital dos templários, Carlos Carvalheiro, vem acompanhado com alguns dos seus colaboradores, mostrar-nos como se faz teatro de qualidade e com salas repletas de gente ávida de cultura. Para esse efeito, vai ser projectado um filme da peça " CORTO MALTESE - CONCERTO EM O'MENOR PARA HARPA E NITROGLICERINA ", Hugo Pratt.
Desculpem, eu disse salas? não são salas de espectáculo normais, confortáveis...são sim conventos, castelos, antigos palácios, ruínas, praias fluviais, enfim, o FATIAS DE CÁ já provaram que não existem limites espaciais nem geográficos para se fazer teatro.
O FATIAS DE CÁ, faz sua a máxima uma frase atribuida a Galileu - " não resistir a uma ideia nova nem a um vinho velho "
Atentem á programação para o, mês de Setembro de 2008:
- A Tempestade, William Shakespeare - Parque ambiental de Constância - dias 6, 13, e 20
- Viriato, João de Aguiar - Castelo de Almourol - dias 7, 14 e 21
- O Nome da Rosa, Humberto eco - Convento de Cristo - dia 28
Aconselho uma visita ao site do fatias de cá - http://www.fatiasdeca.com/